
| Criação de data nacional e fórum no Senado para discutir biossimilares marcam uma década de seu uso no Brasil, com possibilidades de ampliação de oferta de tratamentos de ponta e sustentabilidade no SUS e em planos de saúde Há dez anos, o Brasil registrava seu primeiro medicamento biossimilar totalmente fabricado no país — liberado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em outubro de 2015, para tratamento de um quadro hematológico relacionado à baixa de glóbulos brancos —, abrindo caminho para uma revolução no acesso a terapias de alta complexidade. Uma década depois, essas drogas, que custam em média 30% menos do que os biológicos de referência, podendo gerar até economias superiores a 70%, são reconhecidas pelo governo federal como estratégicas com a criação do Dia Nacional do Medicamento Biossimilar, em 16 de dezembro. A importância é tanta que Senado Federal promoverá um fórum para debater a sua utilização no próximo dia 4, evento que contará com a participação de um representante da Organon. Os biossimilares são versões de medicamentos biológicos, produzidos após a expiração da patente do produto original, com custo menor e a mesma eficácia e segurança. A economia gerada por eles tem potencial para redução de custos no SUS e nos planos de saúde e ampliação de oferta de tratamentos de ponta à população. “O custo dos medicamentos biológicos pressiona muito o SUS e os planos de saúde, principalmente em oncologia, reumatologia e doenças raras. A adoção de biossimilares é uma grande oportunidade para melhorar o acesso da população a tratamentos mais complexos, com preços médios 30% inferiores e sustentabilidade para o SUS e as operadoras de saúde suplementar. A criação de uma data nacional para os biossimilares mostra que o governo está atento ao seu potencial”, explica o diretor executivo da Organon Brasil, Marcel Zetun. Economia pode chegar a 71% na saúde suplementar Em maio, pesquisas apresentadas durante o ISPOR — evento realizado pela Sociedade Internacional de Pesquisa em Economia da Saúde e Desfechos Clínicos, em Montreal (Canadá) — destacaram os benefícios desses medicamentos. No SUS, uma parceria para o desenvolvimento do biossimilar rituximabe gerou um aumento de 47% nas doses distribuídas, com redução de 20% nos custos para o governo. Na saúde suplementar, a adoção de biossimilares saltou de 39% para 86% em dois anos. A redução de gastos pelo SUS e por operadoras de saúde suplementar pode resultar em uma redução de gastos ainda maior, chegando a uma economia de 71,1% em medicamentos biológicos, como aponta estudo liderado pelo presidente da Sociedade Brasileira de Reumatologia, Valderílio Azevedo, doutor em ciências da saúde e professor da Universidade Federal do Paraná. O levantamento levou em conta dados da Unimed Maringá, em 2023, e resultou em um artigo publicado no Jornal Brasileiro de Economia da Saúde. Na pesquisa, realizada com 63 pacientes em tratamento de doenças autoimunes entre setembro e dezembro de 2023, Azevedo e uma equipe de pesquisadores verificaram que, após o início da gestão de trocas, a substituição de medicamentos de referência por biossimilares em 44 casos levaram a uma redução de custos estimada em 55,9%. Entre outros 19 pacientes em tratamento com biossimilares desde o início, a economia foi de 71,1%. Para se ter uma ideia da economia gerada pelos biossimilares, o infliximabe, por exemplo, pode custar a metade do seu biológico originador — o medicamento de referência. “Há claras evidências de que a troca de medicamentos de marca por biossimilares pode levar a economias superiores a 50%, como no caso do infliximabe, para tratamento da Doença de Crohn, que afeta entre 6 e 8 milhões de pessoas em todo o mundo. A redução de custos diminui a pressão sobre o SUS e as operadoras de saúde privada, que podem repassar essas economias aos consumidores na forma de mensalidades mais acessíveis. Com preços menores, menos pessoas precisariam migrar para o SUS em busca de tratamento e o governo pode realocar recursos para áreas como infraestrutura hospitalar, prevenção de doenças e capacitação de profissionais.”, conta Marcel Zetun. Brasil é 4º em ranking mundial Nos EUA, na União Europeia e no Japão, o uso de biossimilares já atinge cerca de 70% no tratamento de câncer e 23% em imunologia. O Brasil ocupa a 4ª posição nesse ranking mundial. As áreas mais beneficiadas pelo uso de biossimilares são oncologia, reumatologia, dermatologia, gastroenterologia, doenças inflamatórias intestinais e hematologia. Dentre os produtos comercializados pela Organon, estão os biossimilares do adalimumabe, infliximabe, etanercepte e trastuzumabe, para o tratamento de doenças imunológicas e oncológicas. “Acreditamos que o Brasil pode avançar ainda mais rapidamente com um processo de aprovação regulatória mais ágil. Com políticas adequadas e um esforço conjunto entre governo, setor privado e profissionais de saúde, o país pode aproveitar ao máximo os benefícios desses medicamentos. A adoção de biossimilares não é apenas uma questão de economia, mas também de equidade e justiça social”, diz o diretor da Organon. Presença confirmada no fórum promovido pelo Senado para discutir a adoção de biossimilares, o presidente da Sociedade Brasileira de Reumatologia acredita que o evento poderá tratar de avanços regulatórios em relação a esses medicamentos e da ampliação do seu acesso pela população. “Será uma oportunidade para aumentar a conscientização sobre biossimilares e discutir o papel do poder público para ampliar o acesso de pacientes a terapias biológicas, com redução de custos no SUS, e, sobretudo, ajudar no aumento da penetração dessa classe de produtos nos mercados de saúde pública e privada no Brasil”, diz Valderílio Azevedo. Além do reconhecimento institucional, especialistas apontam que a criação de uma data nacional dedicada aos biossimilares cumpre um papel estratégico para estimular avanços regulatórios e reforçar a importância desse mercado no país. “Ter uma data oficial funciona como um lembrete permanente de que o trabalho em torno dos biossimilares é contínuo. Apesar de já existirem discussões maduras sobre segurança e eficácia, a adoção no Brasil ainda está aquém do potencial, especialmente quando comparamos com a Europa. Com novas patentes expirando todos os anos, é fundamental manter vigilância constante, acompanhar publicações e aproveitar esses momentos de virada”, afirma Dr. Rafael Gama, médico com sólida formação em Farmacoeconomia, Planejamento Estratégico e Avaliação de Tecnologias. Para ele, um dos principais entraves para acelerar a conversão para biossimilares está no modelo atual de precificação. “Hoje ainda operamos com uma lógica de preço referencial que, muitas vezes, mantém valores elevados na entrada. Há casos em que o biossimilar chega ao mercado precificado muito próximo ao preço do originador, o que limita a competição e reduz o impacto esperado em economia. Por isso, a revisão das regras de precificação é essencial. As novas portarias e atos administrativos da CMED, aguardados para os próximos meses, podem ajustar esse cenário e permitir que o país avance de forma mais consistente”, completa. |
| Sobre a Organon A Organon é uma empresa global de saúde independente com o propósito de ajudar a melhorar a saúde das mulheres em todas as fases da vida. Com um portfólio diversificado, a companhia atua em diversas áreas terapêuticas, oferecendo mais de 60 medicamentos e produtos voltados para a saúde feminina, biossimilares e medicamentos estabelecidos no mercado. Além de seu portfólio atual, a Organon investe em soluções e pesquisas inovadoras para impulsionar novas oportunidades de crescimento em saúde feminina e biossimilares. A empresa também busca colaborar com parceiros biofarmacêuticos e inovadores interessados em comercializar seus produtos, aproveitando sua escala e presença ágil em mercados internacionais de rápido crescimento. Com sede em Nova Jersey, nos Estados Unidos e presença em 140 países, a Organon possui um alcance geográfico significativo e conta com cerca de 10.000 colaboradores ao redor do mundo. Para mais informações, visite www.organon.com/brazil e conecte-se conosco nas redes sociais: https://www.linkedin.com/company/organon-brasil/ https://www.instagram.com/aquipelasaudedela. |
