Segundo a psicóloga especialista em alta performance Dra. Renata Silva, a autoestima vai além da aparência física
O verão chega e, com ele, a pressão por um corpo “ideal” volta a ocupar as capas de revistas, propagandas e redes sociais. Para muitas mulheres, essa estação é um misto de encantamento e insegurança, alimentado por padrões estéticos inalcançáveis que questionam sua autoestima e autoimagem. Mas como mudar essa relação? Como construir um olhar mais amoroso e realista para o corpo? É aqui que a Psicologia entra como uma aliada poderosa.
A autoestima, como explica a psicóloga especialista em alta performance Dra. Renata Silva, vai além da aparência física. “Ela é um reflexo de como nos enxergamos em diferentes áreas da vida, como competências, conquistas e valores. No entanto, a autoimagem – nossa percepção sobre o corpo – é um dos pilares mais sensíveis, pois está diretamente conectada às críticas externas e à comparação constante.”
Renata aponta que a origem da baixa autoestima, muitas vezes, está em crenças construídas desde a infância, seja por críticas recebidas na família, experiências de bullying ou padrões impostos pela sociedade. “Essas narrativas se tornam crenças nucleares, como ‘meu corpo precisa ser perfeito para que eu seja amada’, e acabam moldando comportamentos e decisões ao longo da vida.”
Como psicóloga especializada em alta performance feminina, eu acompanho muitas mulheres que enfrentam desafios profundos relacionados à autoimagem, especialmente no verão. A cobrança por um “corpo perfeito”, alimentada por padrões sociais irreais, pode desencadear sentimentos de inadequação e até transtornos emocionais. Porém, é possível olhar para essa relação com mais compaixão e construir uma narrativa diferente.
O impacto dos padrões sociais na autoimagem feminina
Vivemos em uma sociedade que impõe padrões de beleza extremamente restritivos, especialmente para mulheres. O verão, com sua atmosfera de roupas mais leves, praias e piscinas, amplifica essas exigências. Não à toa, muitas mulheres relatam um aumento da pressão para atingir corpos “ideais” nessa estação.
Mas aqui está o ponto: nossa relação com o corpo não deve ser ditada por expectativas externas. A psicologia nos ensina que autoimagem e autoestima estão profundamente conectadas aos nossos valores e percepções internas. Quando focamos em quem somos, e não apenas em como aparentamos, conseguimos ressignificar essa relação.
Como a Psicologia ajuda a ressignificar essa relação?
Psicoeducação: Entender a origem das crenças disfuncionais e como elas afetam nossa visão de nós mesmas é o primeiro passo para mudanças. Na terapia, muitas mulheres descobrem que a autoaceitação não é sobre ignorar problemas, mas sobre reconhecer o que pode – ou não – ser mudado e aprender a valorizar o que é único em si.
Ressignificação: Técnicas de reestruturação cognitiva ajudam a questionar pensamentos automáticos, como “eu nunca serei boa o suficiente”. Trocar esses pensamentos por alternativas mais realistas e compassivas é libertador.
Fortalecimento da autoestima em diferentes áreas: A Psicologia ensina que nosso valor não está restrito ao corpo. Reconhecer habilidades, conquistas e traços pessoais fortalece uma visão mais ampla e positiva de quem somos.
Práticas de autocuidado: Mais do que estéticas, práticas como mindfulness, movimento corporal prazeroso e descanso adequado ajudam a conectar mente e corpo de forma saudável.
Praticar a autocompaixão: Trate-se com a mesma gentileza que você ofereceria a uma amiga. A autocrítica severa só aumenta a insatisfação. Substitua julgamentos por uma postura acolhedora e compreensiva em relação ao seu corpo.
Transformar a relação com o corpo é possível
A psicologia não promete transformar a autoimagem da noite para o dia, mas oferece um espaço seguro para trabalhar a relação com o corpo de forma profunda e duradoura. Ao investir no autoconhecimento, é possível ressignificar crenças, construir uma autoestima saudável e, acima de tudo, viver com mais leveza.
O impacto do verão na autoestima feminina
O verão não precisa ser uma temporada de inseguranças. Ele pode se tornar um convite ao autocuidado, à reconexão com a natureza e, acima de tudo, à liberdade de ser quem você é. Para Renata Silva, o segredo está em focar naquilo que traz propósito e alegria. “Permita-se usar aquele biquíni sem medo, dançar na areia, cuidar do corpo por amor e não por punição. Quando você muda a forma como se olha, o mundo também muda.”
Se você sente que a pressão estética afeta sua qualidade de vida, buscar a ajuda de um profissional pode ser o primeiro passo para uma transformação verdadeira. Afinal, o verão pode – e deve – ser sobre leveza, autenticidade e celebração da sua história. Você está pronta para viver isso?