
gusTTanu abre as portas de um universo de sombra, toque e imaginação com o lançamento de “FOI” nesta sexta-feira (25). Produzido pelo renomado Thiago Simões Braga, o Rapaz do Dread (indicado ao último Grammy Latino e responsável por algumas das produções mais emblemáticas do rapper Djonga, além de trabalhos com L7 e BK), a faixa é um R&B de textura quente, e molda um ambiente que existe entre o corpo e o pensamento, entre o que se diz e o que só se insinua.
“FOI” convida o ouvinte a passear por arranjos espaçados, batidas contidas e vocais que soam como um sussurro no escuro. É uma música de respiração lenta e pele arrepiada, onde cada silêncio tem peso e cada reverberação parece tocar a consciência. O clima nasce da tensão entre desejo e delírio, e libertinagem que transforma miragem em sacanagem. É a trilha sonora íntima de um encontro que acontece tanto na rua quanto na mente.
Musicalmente, a faixa bebe de influências como a faixa “Skin”, de Mac Miller, e da elegância instrumental de Masego. Os espaços vazios ampliam a sensualidade do vocal; o baixo discreto, somado às texturas orgânicas e efeitos mínimos, constrói um R&B contemporâneo que não abandona a alma do groove, mas a veste de penumbra, de intimidade, de quase-silêncio. É a trilha de um olhar que desnuda, de um toque que deixa marca, de um corpo que treme antes do impacto.
“FOI” representa uma nova fase para gusTTanu: mais vulnerável, mais honesto, mais entregue ao próprio desejo. Uma música pensada para o fone de ouvido, para a meia-luz, para o instante em que a respiração pesa e o tempo desacelera.
Entre Paris, neon e silêncio: o audiovisual de “FOI”
Gravado em Paris, o audiovisual de “FOI” traduz o mesmo clima íntimo e suspenso da música. Filmado em apenas uma noite, com uma equipe de três pessoas, o vídeo dirigido por Filipe Bressan captura a fricção entre cidade e solidão, luz e sombra, desejo e fantasia.
Bressan, conhecido por trabalhos que abraçam o minimalismo urbano e a emoção bruta, usa a capital francesa como cenário não de cartão-postal apenas, mas de silêncio e intensidade. O resultado é uma estética que parece acompanhar o pulso da faixa: discreta, mas marcante; suave, mas carregada de tensão.
O clipe nasce como extensão da música: um espaço onde o corpo vaga, onde a mente cria seus próprios delírios, onde a madrugada se estica e transforma um instante em eternidade. Uma narrativa que acompanha gusTTanu em seu movimento de entrega, e convida o público a seguir o mesmo caminho.
Sobre o artista
Entre o rock, o R&B e o boombap, gusTTanu surge como fruto de uma jornada de autoconhecimento traduzida em som. Multi-instrumentista, compositor e cantor, ele atravessa gêneros com naturalidade, guiado pela busca de uma identidade sincera e emocionalmente crua em suas letras e produções. Sua relação com a música nasceu cedo: aos 12 anos, ganhou sua primeira guitarra e passou a sonhar em se tornar um dos grandes guitarristas do mundo — um desejo que, embora transformado, nunca deixou de pulsar.
Com o tempo, a vida o conduziu por caminhos inesperados. Entre idas e vindas, faculdades e trabalhos, a música voltou a ocupar o centro de sua trajetória, levando-o a anos de dedicação à banda Segunda Lei, com quem lançou Insólito (2022). Essa etapa consolidou sua maturidade artística e abriu caminho para a fase solo, marcada por liberdade criativa e pela fusão de referências que vão de John Mayer a Post Malone, de Charlie Brown Jr. a Mac Miller — sempre equilibrando banda e beat, sensualidade e reflexão, leveza e dor.
Essa nova etapa ganhou forma com o EP Piúma (2023), gravado no Espírito Santo após a pausa com a Segunda Lei, e se tornou a virada de chave definitiva de gusTTanu. Agora, o artista assume plenamente seu voo solo, comprometido em lançar novas músicas autorais pelos próximos meses, cada uma revelando uma faceta distinta de um universo em constante evolução.
