
Especialista em dor explica como as baixas temperaturas aumentam os sintomas de condições como fibromialgia, artrose e lombalgia — comuns entre a população goiana
Com a chegada do frio em Goiânia e em diversas regiões do estado de Goiás, cresce também a queixa de pacientes que enfrentam dores crônicas. Condições como fibromialgia, lombalgia, artrose e outras dores osteomusculares tendem a se agravar durante o outono-inverno, tornando o dia a dia mais difícil para milhares de pessoas. Médica explica que o frio interfere diretamente na percepção da dor e exige atenção redobrada com os cuidados físicos.
“É muito comum que as baixas temperaturas provoquem um aumento na rigidez muscular e na sensibilidade dos nervos, o que piora a dor em quem já convive com quadros como fibromialgia, neuropatias, osteoartrose e artrite.
No consultório, as queixas aumentam justamente nessa época do ano”, explica a médica Dra. Monique Guilarducci, especialista em dores crônicas e doenças osteomusculares.
A ciência confirma essa percepção. Um estudo publicado na revista Pain Reports, da Associação Internacional para o Estudo da Dor (IASP), mostra que a queda da temperatura está associada ao aumento da intensidade da dor em pacientes com condições crônicas, como a osteoartrose.
Existem 4 principais mecanismos que explicam a piora da dor no frio:
- A contração natural dos vasos sanguíneos, faz com que chegue menos sangue aos tecidos, aumentando a sensibilidade das terminações nervosas.
- Os nervos mais excitáveis deixa o sistema nervoso em alerta. Especialmente em neuropatias, as fibras ficam mais sensíveis, causando mais dor como consequência
- Ocorre contratura dos músculos e articulações ficam menos flexíveis
- Os receptores de frio são ativados e os mesmos comunicam diretamente com as vias de dor, piorando a sensação
Entre os casos mais comuns que se intensificam estão:
● Lombalgia: A dor na região lombar se intensifica com a postura inadequada provocada pelo enrijecimento dos músculos.
● Fibromialgia: Sensível a estímulos externos, pacientes com essa síndrome tendem a ter crises mais severas no frio.
● Artrite e artrose: A diminuição da temperatura contribui para a inflamação e rigidez das articulações.
● Fascite plantar e tendinites: Condições que afetam os pés e as extremidades são agravadas por menor irrigação e aquecimento da musculatura.
● Neuropatias: Condições decorrentes de diabetes, alcoolismo, entre outras causas que cursam com sensação dolorosa de formigamento, adormecimento ou choque pioram devido a mais sensibilidade dos nervos.
A médica reforça que, além da fisiologia do frio, há também o fator comportamental: “No inverno, as pessoas tendem a se movimentar menos, ficam mais tempo sentadas ou deitadas, e isso contribui ainda mais para a piora das dores crônicas. O sedentarismo é um agravante silencioso”, alerta Dra. Monique Guilarducci.
Cuidados recomendados
Para amenizar os sintomas durante os dias frios, a médica orienta manter a prática de exercícios físicos leves e regulares, como caminhadas e alongamentos. “O corpo precisa de movimento para manter a lubrificação das articulações e o fortalecimento muscular, o que protege contra as crises de dor”, destaca.
Além disso, manter o corpo aquecido, ingerir alimentos quentes, investir em hidratação, terapias físicas e acompanhamento médico adequado são atitudes fundamentais para atravessar o inverno com mais qualidade de vida.
“Sentir dor não deve ser considerado normal, mesmo no frio. Quem convive com esse tipo de desconforto precisa procurar orientação profissional para investigar e tratar a causa corretamente. Há uma série de abordagens eficazes que podem devolver o bem-estar ao paciente”, finaliza Dra. Monique Guilarducci.
