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Alvorada: Nay Porttela e o Novo Olhar da MPB

Numa era marcada por IA, Nay Porttela surge como quem abre as janelas ao amanhecer e deixa a luz entrar. Seu novo álbum, Alvorada, que chega ao mundo em 12 de agosto de 2025, é exatamente isso: um respiro. Um nascer do sol em forma de música.

Depois de dois discos de releituras e dois de composições autorais, Nay Porttela dá continuidade a uma trajetória que dialoga com a sofisticação da MPB. Em Alvorada, ela entrega seu trabalho mais maduro, mais íntimo e, ao mesmo tempo, mais conectado com outras culturas e linguagens.

O disco é construído com atenção minuciosa às pausas e um profundo estudo de texturas, ritmos e timbres que atravessam a bossa nova, o samba, o jazz e a música regional do interior do Brasil. Piano, violão e viola sustentam arranjos que não apenas acompanham a voz, mas ajudam a criar espaços de escuta com emoção e intenção. Alvorada convida o ouvinte a mergulhar em um tempo mais lento, onde cada acorde carrega cultura, história e significado.

A travessia emocional começa com “Doce 甘い”, uma colaboração transcontinental com a artista japonesa Yuga. Lançada em fevereiro, a faixa cruza samba e minimalismo japonês, como se Tom Jobim encontrasse Ryuichi Sakamoto em uma tarde de contemplação. A percussão brasileira anda de mãos dadas com synths etéreos, criando uma ponte sonora entre culturas que compartilham a leveza como valor. O resultado? Uma meditação em forma de canção com mixagem de João Milliet, e marcada por texturas aquosas e precisão estética.

Depois vem “Inverno Sem Verão”, que nasce de uma parceria com os compositores Juan Max, Alan Souza, Diego Naza e Anderson Ovo, onde Nay canta o fim de um amor com a delicadeza de quem conhece a dor, mas se recusa a dramatizá-la. Com produção própria de Nay Porttela e mix de Luciano Portela, a faixa cria uma atmosfera de melancolia sem excessos, embalando o ouvinte em um lamento bonito e preciso, como só a saudade sabe ser.

Em “Seu Dengo”, o afeto reaparece em forma de reencontro. Percussões afro-brasileiras, sintetizadores suaves e o violão embalam uma letra que fala sobre voltar a sentir e se permitir ser cuidado. Uma parceria com os compositores Anderson Rodrigues Santos, Eduardo Gama Ferreira, Fábio Santos de Sousa e Pedro Couto. Com mixagem de João Milliet, a canção é uma das mais solares do disco, e também uma das mais modernas na fusão de orgânico e eletrônico.

Em “Sempre Vou Te Amar” a delicadeza da viola de Rafael Eloy dialoga com o piano e os sinos tocados por Nay Porttela, criando uma atmosfera orgânica e intimista. A faixa evoca a tradição dos sinos presentes na Marcha Nupcial de Mendelssohn, símbolo universal dos casamentos. Mais que uma canção, é uma ode a esses votos sagrados, reverberando a emoção e a profundidade dos laços que atravessam o tempo.

Fechando os singles antes do lançamento, temos “Rio”, talvez o retrato mais fiel do que Alvorada representa. Uma bossa nova contemporânea, com bateria de Marco da Costa, que participou do primeiro álbum de Maria Rita, premiado com dois Grammys Latinos em 2004 nas categorias Melhor Artista Revelação e Melhor Álbum de MPB. Voz suave, violão sincopado e sintetizadores fazendo a famosa cama, em um equilíbrio raro entre o clássico e o novo. Como se o conforto da MPB ganhasse um filtro do futuro.

A estética de Alvorada não se revela apenas no som, mas também no olhar. A direção visual de Rodolfo Ruben acompanha todo o projeto com uma sensibilidade rara. O ensaio aconteceu na histórica cidade de Goiás, Patrimônio Mundial da UNESCO, cuja beleza e cultura reforçam a estética única de Alvorada

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Cada faixa ganha um universo próprio, alinhado ao minimalismo e à sensibilidade que marcam o trabalho de Nay Porttela. As imagens capturam a artista em cenários naturais de Goiás como o Rio Vermelho, reforçando a ideia de renascimento e entrega que percorre as faixas do álbum. Rodolfo Ruben não ilustra, ele escuta e transforma cada imagem em continuidade da música.

Durante o processo de criação de Alvorada, Nay Porttela também assinou todo o figurino usado nos ensaios visuais do projeto, colocando em prática sua formação em Design de Moda. “A moda sempre foi, para mim, uma forma de me comunicar e expressar.

Eu modelo, corto e costuro todos os meus figurinos de shows para transmitir, através do visual, uma experiência que vai além da música”, conta Nay. Em Alvorada, essa conexão entre som e imagem aparece de forma ainda mais sensível, reforçando o conceito de presença, leveza e identidade que atravessa todo o álbum.

Alvorada não é apenas um disco de música é sobre encontrar equilíbrio no caos da vida moderna entre relacionamentos, paixões, despedidas, mudanças, recomeços e o autoconhecimento. Sobre se olhar. Sobre transformar o caos em calmaria com a música como guia.

Além de Alvorada, Nay prepara três projetos paralelos para 2026: uma interpretação intimista de Caetano Veloso em piano e voz; um mergulho na bossa nova, revisitando músicas que marcaram sua essência; e o projeto intitulado Interior, onde ela revisita canções do seu universo musical pessoal.

Alvorada nos convida a conhecer esta artista, que acende a luz para uma nova escuta da cultura contemporânea com suavidade e certeza.


Data de Lançamento: 12 de agosto de 2025

Álbum completo: https://www.youtube.com/watch?v=3eDRw018YBU

www.nayporttela.com.br

Comunidade NAY PORTTELA: https://www.nayporttela.com.br/comunidade

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