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Saúde Mental no Mundo Moderno: O Desafio da Solidão e da Autocobrança

A saúde mental tem sido um dos temas mais discutidos nos últimos anos, especialmente diante do impacto da solidão, da autocobrança e do burnout no cotidiano. O aumento dos casos de ansiedade e depressão, aliado à cultura da produtividade extrema, tem levado muitas pessoas a buscar apoio psicológico para lidar com as pressões da vida moderna. Neste cenário, especialistas como a psicóloga e psicanalista bilíngue Caren R. Zarpelon têm desempenhado um papel essencial ao oferecer suporte a quem enfrenta essas questões, atendendo pacientes em português e inglês em diferentes países.

Com atendimento clínico online e experiência no ramo corporativo, Caren destaca que a solidão é um dos grandes desafios da atualidade. “Estamos mais conectados digitalmente do que nunca, mas cada vez mais distantes emocionalmente. A falta de vínculos profundos gera um vazio difícil de preencher”, afirma. Essa lacuna emocional, descrita pela psicanálise como angústia, desamparo ou falta, reflete o dilema contemporâneo: nunca foi tão fácil entrar em contato com alguém, mas nunca foi tão difícil se sentir verdadeiramente ouvido.

A autocobrança também tem um peso significativo na saúde mental. A especialista, que já atuou no meio corporativo antes de se dedicar integralmente à clínica, explica que a pressão por desempenho pode levar ao burnout. “Vivemos sob a tirania da performance: ser produtivo, resiliente, eficiente. Como se cada erro nos invalidasse como pessoa. Mas é no tropeço que nos humanizamos. Freud já dizia que a angústia vem da tentativa de evitar o inevitável. O problema não é errar é acreditar que o erro nos torna menos dignos de afeto e pertencimento”, reflete Caren.

Além do trabalho clínico, ela lidera um grupo de estudos sobre os Escritos de Lacan e participa do projeto O Feminino e seus Sentidos, voltado para mulheres de todo o Brasil. Criadora do Readership e do workshop Superação e Conexão, ambos exclusivos para mulheres, Caren enxerga no acolhimento feminino uma ferramenta poderosa para resgatar o senso de pertencimento. “Por muito tempo, a vulnerabilidade foi vista como fraqueza, quando na verdade é o que nos conecta. Brené Brown mostrou isso em suas pesquisas: a vergonha nos isola, mas a coragem de compartilhar nos liberta. Nos workshops terapêuticos, vejo isso acontecer o tempo todo — quando uma mulher expressa sua dor, ela já não está mais sozinha. O que era um fardo solitário se torna uma força compartilhada. Lacan dizia que somos feitos de linguagem. E quando nossas palavras encontram eco no outro, a dor se transforma: deixa de ser um labirinto sem saída e se torna uma ponte.”

Outro ponto importante do seu trabalho é a atuação como provider da Spring Health, plataforma que expande o acesso à saúde mental no ambiente corporativo. A necessidade de um ambiente de trabalho mais saudável tem se tornado cada vez mais evidente, e Caren acredita que o apoio psicológico dentro das empresas pode ser um divisor de águas. “O mundo corporativo precisa entender que produtividade e bem-estar devem caminhar juntos. Funcionários exaustos não produzem melhor, pelo contrário”, pontua. Ela destaca que a ilusão da produtividade ininterrupta tem um custo alto: “O trabalho, quando feito sob exaustão, não é um sinal de comprometimento, mas de desgaste. Lacan falava da ‘máquina desejante’, mas hoje o que temos são máquinas exauridas, funcionando no limite. Empresas que insistem nesse modelo estão cavando sua própria estagnação.”

Diante de tantas mudanças na sociedade, o debate sobre saúde mental se faz mais necessário do que nunca. Especialistas reforçam que buscar ajuda não deve ser visto como sinal de fraqueza, mas sim como um passo fundamental para uma vida mais equilibrada. “O sofrimento não precisa ser enfrentado sozinho. Freud dizia que a terapia transforma o inconsciente em discurso. Lacan acrescentou que esse discurso nos reinscreve na vida. E é exatamente isso: a terapia não é apenas acolhimento, mas ressignificação. Muitas vezes, não é a dor que nos paralisa, mas a história que contamos sobre ela. E é na análise, nesse encontro de palavras e silêncios, que começamos a escrever uma nova narrativa”, finaliza Caren.

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