
Encontro promovido pelo Instituto Jordana Ribeiro abre espaço para diálogo sobre a dor crônica invisível que afeta milhões de brasileiros
Na semana em que o Brasil volta os olhos para o Dia Nacional de Conscientização e Enfrentamento da Fibromialgia (12 de maio), Goiânia se torna palco de uma conversa urgente, profunda e necessária. A dor invisível, vivida em silêncio por milhares de pessoas, ganha voz, corpo e escuta no seminário gratuito Educação em Fibromialgia: Um Olhar para a Saúde, que acontece nesta quarta-feira, 14 de maio, das 16h às 19h, no auditório da Câmara Municipal.
Organizado pelo Instituto Jordana Ribeiro, o evento reúne especialistas, pacientes, profissionais da saúde e gestores públicos para lançar luz sobre uma das síndromes mais negligenciadas no país. O objetivo não é apenas discutir dados e diagnósticos, mas abrir espaço para vivências, afetos e caminhos de acolhimento. As inscrições são gratuitas, com direito a certificado de curso de extensão para participantes, e estão disponíveis pelo link: bit.ly/seminariofibromialgia.
“Estamos falando de uma condição que ultrapassa a dor física. A fibromialgia afeta o corpo, a mente e a forma como o indivíduo se relaciona com o mundo”, explica a psicóloga Jordana Ribeiro, presidente do Instituto e mestre em Saúde Clínica. “Este seminário é, antes de tudo, um convite à escuta: da ciência, da experiência e da dor que não se vê, mas se sente profundamente.”
Segundo dados da Sociedade Brasileira de Reumatologia, o tempo médio para diagnóstico da fibromialgia varia entre dois e três anos — um percurso marcado por incertezas, julgamentos e desamparo. Estima-se que cerca de 2,5% da população brasileira viva com a síndrome, predominantemente mulheres entre 30 e 60 anos.
O seminário surge como uma resposta a essa negligência estrutural. Ao oferecer um espaço de trocas qualificadas, o Instituto Jordana Ribeiro aposta na educação como instrumento de transformação. Mais do que informar, o evento pretende sensibilizar profissionais e influenciar políticas públicas que enxerguem o sofrimento invisível com a urgência que ele exige.
A iniciativa integra as ações do Maio Roxo — campanha que busca dar visibilidade às doenças crônicas como lúpus, espondilite anquilosante e a própria fibromialgia — e conta com o apoio institucional do vereador Welton Lemos, defensor de uma saúde pública mais humana, acolhedora e acessível.
Em tempos em que escutar é, por si só, um ato político, este seminário propõe mais do que um debate técnico: ele se torna um gesto de reconhecimento, empatia e construção de futuros mais justos para quem vive com dor todos os dias.

