
Hoje, 29 de dezembro, o mundo celebra o Dia Internacional da Biodiversidade. A data pode parecer distante da rotina corrida das cidades, mas basta um olhar atento para perceber que ela está presente em cada detalhe da vida: no cheiro da terra molhada depois da chuva, no voo das andorinhas que anunciam o verão, na sombra generosa de uma árvore que abriga conversas de fim de tarde.
A biodiversidade não é apenas um conceito científico. É o fio invisível que conecta o pão que chega à mesa, a água que corre da torneira e até o remédio que salva vidas. Quando uma espécie desaparece, não é só a natureza que perde: é a nossa própria história que se torna mais pobre. O Brasil, dono de uma das maiores riquezas naturais do planeta, vive um paradoxo. De um lado, ostenta florestas e rios que encantam o mundo.
De outro, enfrenta pressões constantes: desmatamento, poluição, expansão urbana. Cada hectare derrubado é uma página arrancada de um livro que ainda não terminamos de ler. Celebrar este dia não deveria ser apenas um gesto simbólico.
É assumir que preservar não é luxo, é sobrevivência. É reconhecer que a diversidade da vida nos sustenta e nos inspira. E talvez o maior desafio seja reaprender a enxergar o valor daquilo que não se compra, não se vende, mas que dá sentido à existência.
O Dia Internacional da Biodiversidade nos convida a uma reflexão simples e poderosa: que escolhas estamos dispostos a fazer para que o planeta continue sendo plural, diverso e vivo? impresso?
