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Bruno Gomes, O Barão Das Letras

Ao completar 21 anos de história para contar, o Dr. Bruno Gomes comenta sobre as
transformações na carreira e também sobre o título de “Barão” que ganhou da Federação Brasileira de Letras, Ciências e Artes

Paraense de nascimento e paulista de coração. É assim que o Dr. Bruno Gomes, conhecido pelas suas colaborações aos estudos da linguagem no Brasil, se define. Aos 36 anos de idade, sendo 21 deles dedicados à educação, ele se firmou com um dos maiores pesquisadores, professores universitários e escritores da sua geração. Em entrevista concedida, ele falou sobre carreira e sobre a homenagem que ganhou da Federação Brasileira de Letras, Ciências e Artes, a qual lhe rendeu o título de “Barão”.

JC: Em agosto de 2024, você fez 21 anos de carreira dedicados à educação. Qual avaliação você faz desse tempo?


BG: Faço uma avaliação positiva. Acho que colaborei bastante com a educação. Mas quero fazer mais coisas.

JC: Em mais de duas décadas, você fez muitas coisas na profissão e se tornou
referência na pesquisa sobre linguagem no país. Do que mais gostou ou gosta de fazer?


BG: Eu gostei de tudo que fiz. Eu costumo dizer “sim” à vida. Amo desafios e acho que tive sorte na minha vida profissional, por ter sempre trabalhado com pessoas que sempre tiveram muito a me ensinar. Também acho que tudo tem seu tempo, seu momento, sua época. Hoje, o que mais gosto de fazer é pesquisar e escrever.

JC: Tem saudades de alguma época profissional que tenha vivido?
BG: Tenho ótimas lembranças de todos os lugares por onde passei. Sou infinitamente grato a todos e acho que tenho boas relações também. Mas saudades, acho que não, porque entendo que a vida é feita de ciclos. Vejo o “novo” de maneira bastante positiva.

JC: Recentemente, você apostou na literatura infantil e procurou escrever para crianças depois de muitos anos escrevendo cientificamente. Você fez uma transição de público sem necessidade aparente, já que estava consagrado no campo da pesquisa científica.
Por quê?

BG: Aí é que tá… será mesmo que eu não precisava? Às vezes, fico me perguntado isso.  Não é fácil mudar depois de mais de 20 anos. Tenho pânico à zona de conforto e a literatura infantil veio para me sacudir e me fazer pensar de outras formas. Gosto de me sentir um jovem iniciante descobrindo suas vocações [risos].

JC: Em 21 anos, muitos deles dedicados especialmente à educação no ensino superior, você se tornou um caso único de sucesso no meio em que trabalha. Sua imagem sempre esteve associada à celeridade das coisas. Em pouco tempo, você se tornou referência na pesquisa no Norte e Nordeste. Depois, no restante do Brasil. Depois, no exterior. O que motivou isso?


BG: Sou uma pessoa muito disciplinada. Vivo em uma rotina muito bem planejada, durante a minha vida inteira. Nunca fui inteligente, nunca nem gostei que me chamassem disso. Odeio rótulos. Detesto a imagem de gente intelectualizada demais. Sempre achei tudo isso muito cafona. Mas disciplinado sempre fui. Não sei se sou referência para alguém. Como dizia Rita Lee: “não sei se sou bom exemplo, mas sou gente boa” (risos).

JC: Você foi imortalizado pela Academia de Letras da América Latina e também pela Academia Hispânica de Letras, Ciências e Artes. Isso te coloca ao lado de grandes nomes da literatura mundial, como Gabriel García Márquez e Federico García Lorca. Você tem ideia do que é isso?


BG: Não tenho e, sinceramente, optei por não ter. Nunca trabalhei buscando isso. Lógico que qualquer tipo de reconhecimento é sempre motivo de muita alegria. Mas, ao mesmo tempo, nunca foi algo planejado. Tenho verdadeiro horror a quem usa o currículo para impor respeito e se fazer notar. Detesto. Nunca me identifiquei com a ala egocêntrica da academia e isso me ajudou a não surtar.

JC: Você ganhou o título de “Barão”, concedido pela Federação Brasileira de Letras, Ciências e Artes. A instituição chegou a dizer que você é o maior fenômeno na sua área de atuação já visto na história recente do país. Como você se sentiu com isso?


BG: Eu fiquei muito emocionado. Tem coisas que nos tocam intimamente, sabe? Foi um dos momentos mais lindos da minha vida profissional. Dom Alexandre é um amigo querido. Sempre me tratou muitíssimo bem e sempre teve um respeito muito grande pelas minhas coisas. Fiquei bastante honrado.

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