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ONG Mahilah & Co. promove evento de conscientização e debate sobre o tráfico humano

Programação acontecerá em Alphaville e terá a participação da cantora Ana Rock

Considerado um crime complexo e uma violação grave dos direitos humanos, o tráfico humano afeta cerca de 2,5 milhões de pessoas e movimenta aproximadamente 32 bilhões de dólares por ano, segundo dados mais recentes da Organização das Nações Unidas (ONU).

No Brasil, mais de 69 mil desaparecimentos foram registrados em 2021 pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Já o Ministério dos Direitos Humanos notificou um caso de tráfico de pessoas por dia no período de 1º de janeiro a 5 de abril de 2024. E segundo o Ministério da Justiça e Segurança Pública, o Brasil é um país de origem, trânsito e destino para vítimas desse crime, que são levadas para os Estados Unidos, Portugal e Espanha.

Por se tratar de um crime muitas das vezes invisível, a ONG Mahilah & Co., com atuação no Brasil, na Índia e em Honduras, promove o evento “À Mesa – Compartilhando Compaixão”, no dia 14 de dezembro, a partir das 18h, na Igreja Dinamus Alphaville, em São Paulo. A proposta é trazer uma conscientização sobre a causa.

– A ideia do projeto surgiu a partir do conceito de rede que o próprio tráfico de pessoas usa para seus fins. Queremos criar a rede do bem, daqueles que se engajarão para que mais pessoas possam ser resgatadas e mais prevenção ocorra. Temos duas propostas principais: levantar os recursos para que nossas ações aumentem no ano de 2025 e impactar nossos convidados com as informações e ações que vem acontecendo no combate ao tráfico de pessoas – explica Dandara Bezerra, que é a diretora de operações da Mahilah & Co..

Os recursos arrecadados irão para a Casa Nai Asha, um centro de acolhimento de vítimas do tráfico de pessoas na Índia, e para manutenção do escritório da ONG no Brasil, de onde eles trabalham para o crescimento da organização e alcance de mais lugares. O evento vai contar ainda com a participação da cantora Ana Rock, vocalista da banda Palankin e embaixadora da Mahilah & Co..

– Ana Rock tem uma história com a causa. Deus mesmo a tocou a respeito do assunto e, em oração, ela foi caminhando e nos encontrou. Ela é uma amostra de que, não importa sua área de atuação, é sempre possível se envolver, lutar pelo bem e ser resposta dando voz aos que não têm – afirma a diretora de operação da Mahilah & Co..

Como embaixadora, caberá a Ana Rock o papel de dar essa voz e visibilidade a causa dessas pessoas que foram traficadas, além de trazer luz e justiça através de recursos humanos e monetários. A cantora vê essa oportunidade como forma de “libertar os cativos e pregar as boas novas”.

– Quando comecei a evangelizar garotas de programa nas ruas de São Paulo, em muitas dessas conversas era nítida a mentalidade cativa em violências em diversos graus e um gigante vazio existencial. Não imaginava que poderia estar falando com uma moça forçada a estar ali. Pensava que essa realidade era mais de filme até que me assustei quando li que oito milhões de pessoas somem no mundo por ano. Só no Brasil são 40 mil crianças e adolescentes – conta a embaixadora.

Em relação ao evento “À Mesa – Compartilhando Compaixão”, Ana Rock espera conseguir levantar ainda mais parceiros para essa missão no ano de 2025. Ela acredita que, a partir do momento em que essa situação é desvendada, mais pessoas vão querer se envolver com a causa.

– O evento tem como objetivo o levantamento de parceiros que possam caminhar conosco na doação de seus recursos, mas também de informar, capacitar e despertar esses irmãos para a realidade a respeito dessa temática, criando então uma rede de atuação e enfrentamento. Faremos isso em um tempo de informação e comunhão no dia 14. Eu irei falar um pouco sobre o tema e como o Senhor me despertou para isso e de como podemos nos envolver como Cristo tem se envolvido, independente da área que atuamos – afirma Ana

CONHEÇA A HISTÓRIA DA ONG MAHILAH & CO.

Fundada em 2020, a Mahilah & Co. já resgatou 200 meninas indianas e alcançou mais de 70 famílias vulneráveis no Brasil. Com sede no Rio de Janeiro, a ONG conta atualmente com duas casas de resgate e acolhimento de meninas entre 10 e 21 anos, sobreviventes do tráfico de pessoas na Índia. Em Honduras, que é considerado um dos lugares mais perigosos para as mulheres, eles têm realizado um trabalho junto a casa resgate de meninas sobreviventes do tráfico humano juntamente com a organização americana Radiate Coalition.

No Brasil, é feito um trabalho de discipulado e mobilização de igrejas com foco na diminuição de vulnerabilidades e prevenção ao tráfico de pessoas. Presidida e fundada por Karen Aires, o projeto começou após uma visita à Índia, onde ela teve o primeiro contato com as vítimas do tráfico de pessoas.

– Meu esposo, Felipe Aires, e eu trabalhamos na Índia por alguns anos como empresários e começamos a ver que existem seres humanos explorando seres humanos e, principalmente, crianças. Tivemos contato com a máfia, que usava crianças como vendedoras de balão na Índia. Depois vimos muitas crianças com algum problema físico que eram mutiladas para serem usadas. Em dado momento, eu fui convidada para trabalhar como artiterapeuta dentro da casa de meninas sobreviventes do tráfico humano e foi ali que eu vi a realidade de frente. Então, a ONG surgiu a partir de um clamor, de um chamado tanto de Deus como um convite de uma das nossas amigas indianas – conta Karen.

De acordo com Karen, apenas 1% das vítimas resgatadas do tráfico humano se tornam sobreviventes, enquanto que os outros 99% ainda estão em situação de exploração análoga à escravidao. Sem falar dos casos que não são identificados pelas autoridades e de outro ponto ainda mais sério: a lavagem cerebral.

– Estima-se que são 27 milhões de pessoas traficadas no mundo, mas esse número pode chegar a dez vezes mais. O modus operandi do tráfico humano é tão maléfico que, muitas vezes, a vítima não se percebe como vítima por ter se acostumado ou por essa lavagem cerebral ter sido tão bem feita na mente dela. Às vezes, essa questão da vulnerabilidade, da exploração, da desumanidade, da objetificação do ser humano é passado de geração em geração. Muita gente já está vivendo a cultura da exploração e nem se percebe como vítima mais. Então, imagine a subnotificação, a quantidade de pessoas que estão dentro dessa categoria que não se identificam como vítimas. Quanto maior a vulnerabilidade em um local, mais as pessoas se tornam vulneráveis ou suscetíveis a esses aliciadores – revela a presidente da ONG.

Além da exploração sexual, os criminosos traficam pessoas para venda de órgãos no mercado negro e trabalho forçado em fábricas, construções, pescaria e agricultura. Ainda há os casos de casamento forçado em que meninas se casam contra a sua vontade para quitar dívidas. Em caso de crianças, elas são usadas em medicância forçada, adoção ilegal, recrutamento para atividades criminosas e o tráfico de crianças como soldados em locais de conflitos armados.

– Precisamos de agentes de transformação dentro desses lugares de vulnerabilidades crônicas. E precisamos da igreja porque a igreja cristã e católica sempre teve essa abertura em meio à população na história da justiça social e a gente sempre teve esse braço diplomático de saber lidar com o pobre e com o rico e ser um elo entre essas realidades – finaliza Karen Aires.

SERVIÇO: À Mesa – Compartilhando Compaixão

Realização: Mahilah & Co. – https://mahilahandco.my.canva.site/

Data: 14 de dezembro (sábado)

Horário: 18h

Local: Igreja Dinamus Alphaville

Endereço: Estrada Bela Vista, 2914 – Alphaville – Santana de Parnaíba – SP – CEP: 06472-005

Participação: Ana Rock, vocalista do Palankin e embaixadora da Mahilah & Co.

Ingressos: https://www.sympla.com.br/evento/a-mesa-compartilhando-compaixao/2726736

Observação: O evento incluirá um coquetel para todos os participantes.

Para mais informações, clique no link: Apresentação Evento à mesa.pdf