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    Categorias: Cinema

Rosana Penna: a arte de se reinventar em cena com Beetlejuice

Há artistas que atravessam décadas sem perder a capacidade de surpreender. Rosana Penna é uma delas. Atriz, produtora e verdadeira apaixonada pelo palco, ela transformou cada etapa de sua carreira em aprendizado e reinvenção. Agora, assume um desafio instigante: interpretar Juno, a mandachuva do além-vida, no musical Beetlejuice, um dos maiores sucessos da Broadway em sua versão brasileira, que vem conquistando plateias com humor ácido e atmosfera fantástica.

A personagem, rígida e desbocada, mistura vilania e comicidade, elementos que Rosana domina com maestria. “Desde o início, minha abordagem foi influenciada pelo maravilhoso trabalho da minha querida colega Sylvia Massari, que fez esta personagem na primeira versão do espetáculo. Mas, após a estreia, comecei a moldar a minha própria interpretação, enfatizando sua vilania, que é uma das suas marcas mais fortes, sem deixar de lado o humor conturbado de sua relação com o Beetlejuice. Interpretar vilãs é sempre um presente para qualquer ator”, afirma.

Sua chegada ao elenco foi marcada pela urgência: substituiu Sylvia Massari em São Paulo com pouquíssimo tempo para preparação. Estudou partituras e marcações por vídeos, precisou do apoio de uma fonoaudióloga para ajustar a voz da personagem e, ainda assim, brilhou em cena. “O maior desafio foi encontrar um tom de voz que não machucasse minhas cordas vocais. Na primeira semana fiquei bem rouca”, recorda.

A experiência tem sido também um reencontro com velhos parceiros, como o diretor Tadeu Aguiar, e uma nova parceria com Eduardo Sterblitch, que ela considera “um ator de humor afiado, inteligência cênica admirável e generosidade em cena”.

Rosana chega a Beetlejuice com uma bagagem que inclui novelas marcantes como Nina, A Sucessora e Segundo Sol, além de produções no teatro como My Fair Lady, Dogville, Bibi – Uma Vida em Musical e a comédia de longa duração Trair e Coçar É Só Começar. No cinema, esteve em obras como O Coronel e o Lobisomem e se prepara para o lançamento de Réquiem para Dona Benta em 2026.

Apesar da vasta experiência, ela encara cada novo papel como se fosse o primeiro. “Costumo brincar que estou emprestada para os musicais, pois venho do ‘teatrão’. Mas cada projeto é uma nova entrega. Beetlejuice contribui profundamente para o meu crescimento como artista. É uma honra fazer parte dessa montagem.”

E deixa o convite ao público com a mesma leveza da peça: “Prepare-se para uma viagem digna de um ‘flash’ do além! Deixe os preconceitos na porta e venha se perder nas risadas e no absurdo. Depois da última cena, você vai sair tão leve que até vai considerar a vida eterna.”

Mais do que viver Juno, Rosana Penna confirma em Beetlejuice sua maior marca: a de uma atriz que encara cada desafio como oportunidade de expansão, renovando-se a cada personagem e transformando sua trajetória em espetáculo.

Rosana Penna: a arte de se reinventar em cena com Beetlejuice

claudia cataldi: