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    Categorias: Música

Léo da Bodega e Maneva resgatam as raízes do reggae pernambucano na inédita “Beija-Flor”

Crédito: Hugo Muniz

Léo da Bodega e a banda Maneva unem forças na inédita “Beija-Flor”. A faixa, com letra assinada por Léo e produção de DMAX, marca um momento simbólico na trajetória do cantor e compositor pernambucano: é sua primeira incursão no reggae, gênero que fez parte de sua infância e que agora ganha novo fôlego sob sua ótica autoral. “É uma música muito importante pra mim, não só por ser meu primeiro projeto nesse estilo, mas por realizar isso com uma banda que sempre admirei. É um momento forte pra mim e, acredito, pro movimento cultural da cidade também”, celebra Léo.

A canção parte da metáfora entre o beija-flor e a flora para tratar de relações humanas, paixões e mistérios que cercam o afeto. Com lirismo sensível, a letra se entrelaça à melodia solar e envolvente, ampliando a mensagem de conexão e pertencimento. A faixa integra a versão deluxe do álbum de estreia do artista, Botija Deluxo, que propõe um mergulho afetivo nos movimentos culturais que marcaram Olinda. “O reggae foi muito presente na cidade, com nomes como Alceu Valença flertando com o gênero. Trazer isso de volta com uma nova perspectiva é também uma forma de homenagear essa memória coletiva”, explica o artista.

A produção musical de DMAX reforça a identidade do trabalho. Conhecido por seu trabalho em faixas como “Odara”, também de Léo, o produtor trouxe sua assinatura para a construção sonora de “Beija-Flor”, mantendo a autenticidade da proposta sem abrir mão do apuro técnico. Já o videoclipe, que chegará nos próximos dias, tem direção criativa e de arte assinada pelo próprio Léo, com direção de cena e fotografia de UHGO, reconhecido por editoriais de moda e peças audiovisuais em Pernambuco.

Gravado em Olinda, o clipe retrata o encontro de Léo e Tales, vocalista do Maneva, em um estúdio/ateliê cercado por músicos e criatividade, que se transforma em festa ao cair da noite, culminando em um show na Toka da Sé, espaço cravado em meio à Mata Atlântica no Sítio Histórico. A locação reforça o conceito de pertencimento e raízes, tão presente na obra.

Conheci Tales através de um amigo em comum. Quando ele descobriu que eu era de Olinda, mencionou a Bodega de Véio — que ironicamente é o nome da minha marca. Demos muita risada e dali surgiu a amizade e o convite. Hoje temos uma canção linda, fruto dessa conexão improvável e potente”, conta Léo da Bodega.

BOTIJA DELUXO: uma carta de amor a Olinda em forma de música

O single “Beija-Flor” faz parte do projeto Botija Deluxo, uma versão expandida do álbum de estreia de Léo da Bodega. Mais do que uma continuidade, o projeto funciona como uma celebração de memória, resistência e inovação. O conceito de “deluxo” é também uma provocação estética e social — transformar o que é popular em algo sofisticado sem perder sua essência.

Ao reunir elementos da cultura de rua, do artesanato, da música urbana e da ancestralidade, Léo reforça sua proposta artística: um som que fala com as ruas e para as ruas, mas que também quer chegar a novos territórios. A colaboração com Maneva simboliza exatamente isso — o diálogo entre diferentes regiões e vivências que se encontram na linguagem universal da música.

Além do novo single, Léo da Bodega se prepara para apresentar seu novo repertório em show marcado para 1º de agosto no Sesc 24 de Maio, em São Paulo. A apresentação promete transportar o público para o universo poético e pulsante de Olinda, com direito a performances que atravessam o reggae, o coco, o rap e a arte visual. “Esse projeto é um convite pra sentir o cheiro da terra molhada, do dendê, do som dos passarinhos e da batida do tambor, tudo ao mesmo tempo. É a cara de Olinda”, finaliza o artista.

Sobre Léo da Bodega

Nascido e criado na Rua do Amparo, localizada no Sítio Histórico de Olinda, Léo da Bodega tem 28 anos e cresceu em um bairro fervoroso de artistas de diversas áreas. Influenciado e apadrinhado pelo Mestre Salustiano, Léo aprendeu a tocar rabeca aos seis anos e tornou-se caboclo de lança no Maracatu Piaba de Ouro, onde realizou suas primeiras apresentações artísticas.

Com o passar dos anos, Léo se envolveu em diversos projetos artísticos, musicais e sociais. Com a ideia de mesclar sua vasta experiência artística com gêneros musicais contemporâneos, Léo traz em seu DNA artístico o trap e a rica cultura pernambucana.

Em outubro de 2024 lançou “Botija”, seu primeiro álbum, como um verdadeiro resgate de raízes e celebração à rica cultura de Olinda. O álbum mistura elementos tradicionais da cultura popular pernambucana, como Cavalo Marinho, Maracatu e Ciranda, com influências urbanas contemporâneas, como o rap. Léo define o álbum como uma homenagem à sua cidade natal, Olinda.

Redação SP: