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    Categorias: SAÚDE

Estudo comprova que PMMA é seguro e biocompatível com tecido muscular

Publicado na International Journal of DevelopmentResearch, o estudo verificou que o PMMA é biocompatível com o músculo, promovendo o aumento de volume e da resistência tecidual

O polimetilmetacrilato (PMMA) é biocompatível com o corpo humano quando aplicado no músculo? Esta é uma pergunta que tem sido feita ao longo dos anos. E tornou-se objeto de pesquisa do professor titular do Departamento de Cirurgia do Hospital da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Dr. Eduardo da Costa Teixeira. A resposta encontrada foi que sim, o PMMA é biocompatível com o tecido muscular, conforme apresentado no estudo publicado na revista International Journal of Development Research.

“A biocompatibilidade do PMMA injetado de forma subcutânea já tinha sido estabelecida pela ciência. Então, na minha pesquisa que desenvolvo há mais de 30 anos, busquei entender se era biocompatível com o tecido muscular. E, sim, a ciência comprovou ser biocompatível. Verificamos também que o PMMA não causou reações adversas significativas, podendo ser utilizado clinicamente para aumento de volume muscular, tratamento de condições de fraqueza muscular e remodelação tecidual”, revelou Dr. Eduardo Teixeira.

Experimentação e a biocompatibilidade do PMMA

Conforme o estudo publicado, para avaliar a biocompatibilidade do PMMA em gel injetado no tecido muscular, o pesquisador realizou experimentos laboratoriais em ratos Wistar. Ao todo, foram utilizados 45 ratos divididos em três grupos, nos quais o grupo 1 recebeu injeções de PMMA. Já no grupo 2, o produto injetado foi solução salina, e o grupo 3 foi submetido somente à anestesia e incisão cirúrgica. As análises dos tecidos ao microscópio (análises histológicas) foram realizadas em diferentes períodos, sendo eles: 2, 4, 8 e 16 semanas.

“O grupo tratado com PMMA teve um aumento significativo na espessura muscular em comparação aos outros dois grupos de controle. Também confirmamos que o PMMA induz a formação de cápsulas fibrosas ricas em colágeno. Vimos que o tecido muscular adjacente permaneceu viável, sem sinais de necrose ou sofrimento, demonstrando a compatibilidade do PMMA com o tecido muscular”, explicou Dr. Eduardo Teixeira.

As evidências científicas da segurança do PMMA

Segundo o estudo, os resultados obtidos confirmam que o PMMA é eficaz para intervenções clínicas que envolvem aumento de volume e fortalecimento de tecidos, especialmente em contextos estéticos e reparadores, com base nos seguintes dados:

1. Ausência de toxicidade ou reações antigênicas: não foram observadas atividades tóxicas ou antigênicas associadas ao PMMA, confirmando sua biocompatibilidade.

* Resposta inflamatória controlada: a resposta inflamatória foi moderada e crônica, mediada por macrófagos, sem envolvimento de linfócitos ou reações agudas.

* Viabilidade do tecido adjacente: o tecido muscular próximo às partículas de PMMA permaneceu viável, sem sinais de necrose ou sofrimento tecidual.

* Estabilidade do granuloma: os granulomas formados foram estáveis, com cápsulas fibrosas ricas em colágeno tipo I e III, sem complicações significativas.

* Ausência de mortalidade ou complicações sistêmicas: nenhum dos animais apresentou manifestações clínicas adversas ou morreudurante o período do estudo.

De autoria do professor Dr. Eduardo Costa Teixeira, com coautoria dos médicos, Dr. Honório Sampaio Menezes e Dra. Fernanda Bortolozo, o estudo foi publicado originalmente com o título ‘Biocompatibility and fibrous response ofpolymethylmethacrylat in skeletal muscules’. Em português siginifica: ‘Biocompatibilidade e resposta fibrosa do polimetilmetacrilato nos músculos esqueléticos’.  E, o uso de modelo animal para experimentação, seguiu todas as normas éticas vigentes.
Dr. Eduardo da Costa Teixeira dedica-se à pesquisa científica sobre o PMMA há mais de 30 anos. Sua tese de doutorado trata sobre a biocompatibilidade do PMMA com tecido muscular. Ele também orientou outro estudo científico que evidencia que o PMMA, além de biocompatível, aumenta a resistência da musculatura. Além disso, possui diversos outros estudos sobre os casos em que médicos brasileiros confundiram silicone industrial com PMMA.

Claudio Moreira: