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Especialistas recomendam cautela ao apostar em favoritos claros no futebol e destacam fatores surpresa

Clássicos desafiam probabilidades e geram resultados inesperados, mesmo com favoritismo aparente

Em jogos de futebol com grandes rivalidades, o favoritismo claro nem sempre se traduz em vitória. Clássicos são imprevisíveis, e fatores como pressão psicológica, rivalidades históricas e o apoio da torcida criam um ambiente onde os resultados podem surpreender. Apostar apenas com base nas probabilidades pode ser arriscado quando forças emocionais entram em campo.

Um estudo recente publicado na revista PLOS ONE investigou o impacto da presença de torcedores em jogos de futebol, incluindo o efeito sobre o favoritismo nas apostas. Os pesquisadores analisaram como a ausência de público durante a pandemia afetou o desempenho das equipes, revelando que, sem torcida, a vantagem de jogar em casa diminuiu significativamente. Isso sugere que fatores como apoio da arquibancada e pressão emocional influenciam diretamente nos resultados dos jogos, o que consequentemente afeta as probabilidades nas apostas.

Ricardo Santos, cientista de dados especialista em análise estatística e fundador da Fulltrader Sports, alerta que é um erro confiar cegamente nas estatísticas em clássicos. “As apostas nestes casos são desafiadoras, porque as emoções se sobrepõem aos números. Em um confronto comum, o histórico e o desempenho recente dos times são fatores decisivos, mas em clássicos, a pressão psicológica e o peso da história podem fazer toda a diferença”, afirma.

Rivalidades que nivelam o jogo

Rivalidades como Fla-Flu, Gre-Nal ou Corinthians e Palmeiras carregam um simbolismo que vai além das quatro linhas. A história desses confrontos muitas vezes iguala as forças de equipes que, no papel, são desiguais. 

O torcedor joga junto com o time, e a atmosfera das arquibancadas cria um clima de guerra, que pode desestabilizar até os jogadores mais experientes. É justamente esse contexto que torna as apostas em clássicos tão imprevisíveis.

Mesmo em casos onde o favoritismo é claro, os resultados podem surpreender. Por exemplo, na última década, em jogos entre Real Madrid e Barcelona, a equipe considerada azarão venceu em 35% das vezes, mesmo quando as probabilidades favoreciam amplamente o adversário. “Essa incerteza gera uma tensão constante para os apostadores, que precisam considerar muito mais do que os dados frios”, pontua Ricardo Santos.

Além dos fatores emocionais, a própria arquitetura de alguns estádios pode intensificar a pressão sobre os times visitantes, criando um ambiente hostil. Exemplos clássicos são o estádio La Bombonera, na Argentina, e o Anfield, na Inglaterra. Ambos têm arquibancadas próximas ao campo, gerando a sensação de !caldeirão!, o que amplifica o apoio da torcida e desestabiliza os adversários. “Em estádios assim, o time visitante não só enfrenta o rival, mas também a atmosfera sufocante. Isso precisa ser considerado na hora de apostar”, destaca o cientista.

O papel da torcida e da camisa no resultado

Outro fator decisivo é o peso da camisa. Clubes com longa tradição e títulos expressivos costumam impor respeito, mesmo em momentos de crise. A camisa pode pesar tanto para o adversário quanto para o próprio time, elevando o nível de pressão sobre os jogadores. 

Para evitar grandes perdas em clássicos, além de considerar o peso emocional dos jogos, uma dica valiosa é apostar em mercados alternativos, como o número de cartões ou gols marcados, que tendem a ser mais previsíveis em confrontos tensos. “Esses mercados são menos afetados por surpresas no resultado final e podem oferecer retornos interessantes, especialmente em jogos com alta rivalidade”, sugere Santos. Apostar com foco em estatísticas específicas pode diminuir os riscos e ampliar as chances de sucesso.

Para o especialista, elementos imponderáveis tornam os clássicos um verdadeiro campo minado para os apostadores, por isso experiência e cautela são indispensáveis. “Nos clássicos, há uma série de variáveis invisíveis, como a energia da torcida e a tradição do clube, que interferem diretamente no resultado. Isso faz com que as odds pré-jogo nem sempre reflitam a realidade do que acontece em campo”, conclui.

*Ricardo Santos é cientista de dados especialista em análise estatística para apostas esportivas em Futebol e fundador da Fulltrader Sports, empresa líder da América Latina em Softwares Saas para Público Final de Trade Esportivo. Também atua como trader em Probabilidades de Futebol há 12 anos.  

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Claudio Moreira: