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Dependência digital: Sociólogo Gabriel Stocco alerta sobre os riscos do uso excessivo das redes sociais

Dependência digital: Sociólogo Gabriel Stocco alerta sobre os riscos do uso excessivo das redes sociais

O Impacto do Uso Excessivo das Redes Sociais na Saúde Mental: Dependência digital, ansiedade e solidão: Como encontrar o equilíbrio na era da hiperconectividade

Por Joacles Costa

A tecnologia tem transformado a forma como nos relacionamos, trabalhamos e consumimos informação. No entanto, o uso excessivo das redes sociais e dispositivos eletrônicos pode gerar impactos negativos significativos na saúde mental, levando a sintomas como ansiedade, irritabilidade e solidão. O fenômeno da nomofobia — o medo irracional de ficar sem o celular — é uma realidade para muitas pessoas e pode ter consequências graves.

De acordo com o sociólogo Gabriel Stocco, a nomofobia está cada vez mais presente na sociedade contemporânea, especialmente entre os jovens. “A dificuldade em se desconectar não é apenas um comportamento social, mas um reflexo de como as plataformas são estruturadas para prender a atenção dos usuários pelo maior tempo possível”, afirma o especialista.

O Reflexo nas Novas Gerações

Os jovens são os mais impactados pelo uso excessivo das redes sociais. Segundo pesquisas, a média de tempo gasto nessas plataformas por adolescentes é de aproximadamente três horas diárias, o que pode aumentar em 30% o risco de depressão e ansiedade.

O desejo de viralizar e obter aprovação social faz com que muitos adolescentes criem uma identidade digital que nem sempre condiz com a realidade. Isso gera frustrações e comparações prejudiciais”, destaca Stocco.

Além dos impactos psicológicos, há também os efeitos físicos, como problemas de postura, fadiga ocular e distúrbios do sono. Muitos jovens tentam reduzir o uso do celular antes de dormir, mas frequentemente falham nesse objetivo, aumentando a sensação de esgotamento mental.

A Vulnerabilidade das Crianças no Ambiente Digital

As crianças também são altamente suscetíveis aos perigos das redes sociais, como cyberbullying, exposição a predadores virtuais e desafios perigosos. Para Stocco, é essencial que os pais acompanhem a experiência digital dos filhos. “É fundamental manter um diálogo aberto e utilizar ferramentas de controle parental para garantir um ambiente online seguro”, alerta.

Influenciadores digitais também exercem um papel significativo na formação de opiniões e comportamentos infantis. “As crianças muitas vezes replicam atitudes e discursos de influencers, o que pode reforçar padrões nocivos”, pontua o sociólogo.

Redes Sociais e Estratégias de Marketing

Embora as redes sociais possam ser prejudiciais se usadas de forma descontrolada, elas também são ferramentas poderosas para empresas e empreendedores. A comunicação direta com o público, a construção de relacionamentos e o marketing digital são essenciais para o crescimento dos negócios.  No entanto, Stocco ressalta que o uso profissional das plataformas deve ser estratégico. “Empresas precisam ir além do simples compartilhamento de conteúdo. Monitorar métricas, interagir de forma eficaz com os consumidores e evitar polêmicas desnecessárias são aspectos fundamentais para garantir credibilidade no ambiente digital”, explica.

O Fenômeno ‘Brain Rot’ e o Hiperestímulo Digital

foto/Tainá Turial

Um dos efeitos mais preocupantes do uso excessivo das redes sociais é o fenômeno conhecido como ‘Brain Rot’ (Podridão Cerebral). Esse termo descreve a deterioração da capacidade mental causada pelo consumo constante de conteúdos superficiais e pouco desafiadores.

O hiperestímulo das redes sociais leva a uma desconexão com a realidade e gera uma necessidade constante de novos estímulos. As pessoas passam a viver dentro de uma bolha digital, onde a busca por curtidas e aprovações virtuais substitui experiências reais”, afirma Stocco.

Essa dependência cria um ciclo vicioso em que os usuários recorrem às redes sociais como forma de fuga, muitas vezes sem perceber que estão comprometendo sua saúde mental.

Dicas para Reduzir o Impacto Negativo das Redes Sociais

Para evitar os efeitos nocivos da hiperconectividade, especialistas recomendam algumas estratégias:

  • Estabelecer limites diários de uso: Aplicativos que monitoram o tempo de tela podem ajudar a controlar o excesso.
  • Interromper o uso em momentos extremos: Avaliar se a conexão virtual está prejudicando a vida real.
  • Revisar perfis seguidos: Priorizar conteúdos que agreguem valor e bem-estar.
  • Investir em atividades offline: Hobbies como leitura, esportes e artes são fundamentais para equilibrar o uso digital.
  • Valorizar interações presenciais: Conversas cara a cara promovem conexões mais autênticas e fortalecem laços sociais.

As redes sociais fazem parte do cotidiano e trazem benefícios quando utilizadas com moderação. No entanto, o uso descontrolado pode levar a consequências graves para a saúde mental e física. Encontrar um equilíbrio é essencial para aproveitar as vantagens da tecnologia sem comprometer o bem-estar. Como alerta Gabriel Stocco: “A chave não é demonizar a tecnologia, mas aprender a utilizá-la de forma consciente e saudável.”

Gabriel Stocco formado em Sociologia da Universidade Federal do Espírito Santo

Joacles Costa: Jornalista, Diretor Executivo, Autor de vários Livros, Professor Pós-Graduado em Educação Ambiental, Educação Especial, Gestão Pública.